A saúde é também umha questom de classe

A Ministra de Sanidade, Maria Luisa Carcedo,
anunciou ontem que os alimentos que se comercializem no Estado Espanhol
deverám levar umha nova etiquetagem com indicaçom da qualidade
nutricional, imitando a que já se realiza em outros países da Uniom
Europeia. A dia de hoje a UE nom obriga a fazer este tipo de marcado,
sendo por tanto de adopçom voluntária polas empresas do sector que
operam na UE, mas o Governo pretende que no Estado Espanhol seja
obrigatório desde o vindouro ano, que é quando aguarda aprovar o Real
Decreto que o regule.
Para realizar esta nova etiquetagem nutricional o
Governo recorre ao modelo Nutri-Score, respaldado pola OMS (Organizaçom
Mundial da Saúde) e que já está em uso na França. Trata-se de umha
qualificaçom sobre a qualidade nutritiva dos alimentos que consta com
cinco qualificaçons diferentes que vam desde o A, o mais
saudável, até o E, o menos saudável, e tem em conta por um
lado os níveis de nutrientes dum alimento (proteínas, vitaminas,
fibra,…) e por outro os níveis de elementos nocivos para a saúde e que
há que tratar de evitar para ter umha alimentaçom saudável (sal, açúcar
adicionado, graxas saturadas, conservantes,..).
Um problema de saúde pública
Segundo dados referentes ao ano 2016, na Galiza
mais dum 18 % das crianças entre os 6 e os 9 anos sofre obesidade
enquanto um 43 % padece sobrepeso, polo que quase a metade das crianças
galegas tenhem umha má alimentaçom e nom tenhem umha atividade física
suficiente. Estas percentagens tenhem nas últimas décadas umha evoluçom
à alça embora nos últimos anos os incrementos fossem menos pronunciados.
Medidas reais ou lavagem de cara
À vista destes dados, que refletem a pauperizaçom
da saúde das crianças galegas, as autoridades sanitárias dizem estar
preocupadas e estám a tomar medidas para reverter a situaçom. Entre as
medidas a adotar está a etiquetagem arriba descrita além de outras
medidas que também formam parte da Estratégia Nutriçom, Atividade Física
e Prevençom da Obesidade (Naos), como limitar a publicidade de alimentos
non saudáveis a menores de 15 anos, ou limitar a venda de alimentos e
bebidas açucaradas nos centros educativos.
Nada aponta a que estas medidas vaiam ter umha
incidência significativa a largo prazo na saúde da populaçom galega e
todo semelha que apenas som medidas de lavagem de cara das grandes
corporaçons, neste caso, da indústria alimentária. Na realidade, a saúde
da populaçom nom é umha preocupaçom real e apenas se tratam de atalhar
aqueles problemas de saúde que podem incrementar os gastos sanitários.
Quando a saúde bate contra o lucro privado, esta passa a um segundo
plano como demostra, por exemplo, que o ano passado a Comissom Europeia
adiara umha vez mais a proibiçom do
Glifosato, o conhecido pesticida industrial utilizado na
agroindústria, que segundo a própria OMS tem efeitos “provavelmente
cancerígenos”.
Umha questom de classe
Como demostram numerosos estudos, existe umha
relaçom direta entre a saúde, a qualidade da alimentaçom e o nível
econômico. De pouco vale a etiquetagem dum produto se numha família os
dous progenitores trabalham fora, com horários eternos e salários
baixos. À hora de preparar o jantar mercaram pratos pré-cozinhados pois
som mais baratos e nom requirem tanto tempo para a sua elaboraçom. Fazer
um menu saudável requere tempo e dinheiro, algo que nom dispom a classe
trabalhadora pois já se encarrega o sistema de limitar-lho.
Para melhorar a alimentaçom da populaçom é mais
eficiente incrementar os salários e reduzir a jornada laboral das
classes trabalhadoras que pôr adesivos de cores a maças e pasteis. Mas
claro, para isso há que enfrontar-se ao Capital.
Antia Seoane
https://www.galizalivre.com/2018/11/13/a-saude-e-tambem-umha-questom-de-classe/